- Sinopse:
A superprodução Escândalos 1950 marca a estréia de Bibi Ferreira no teatro de revista, já consagrada na época como atriz dramática e grande comediante.
Escrita por Hélio Ribeiro, em parceria com o produtor de espetáculos Chianca de Garcia, a revista conta com o apoio técnico de profissionais renomados no meio artístico, mas pouco usuais ao círculo revisteiro - como Alceu Pena, desenhista e estilista de moda que se incumbe dos figurinos, Eládio Alonso na marcação coreográfica, e Pernambuco de Oliveira na ambientação. Numa prática muito comum na revista, cada quadro reúne uma ou duas assinaturas diferentes na composição cenográfica, que abrange também a pintura de telões: Pernambuco, Lazlo Meitner, João Maria dos Santos, Armando Iglesias, Carlos Thiré e Alceu Pena atuam na criação dos cenários luxuosos, coloridos e modernos, de motivos não figurativos. As músicas são assinadas a quatro mãos pelo veterano maestro Vicente Paiva e pela própria Bibi Ferreira. Um elenco de peso, trazendo, além de Bibi, Jardel Jércolis Filho (Jardel Filho), Violeta Ferraz, Mara Rúbia, Déo Maia, Evilásio Marçal entre outros, secundados por um grupo de coristas americanas, completa o time do espetáculo.
Seguindo a estrutura fragmentada própria do gênero, Escândalos 1950 apresenta quadros cômicos, musicais e de fantasia como A Loura e a Morena, Copa do Mundo, No Cabaré do Far-West e O Romance da Cidade (a história do Rio de Janeiro contada em quinze minutos em estilo de história em quadrinhos). Mas há uma preocupação dos autores em criar o inesperado, ligando quadros e cortinas por uma estrutura, ainda que frágil, como nota o crítico Paschoal Carlos Magno do Correio da Manhã:
"A direção de Chianca de Garcia emprestou a esse trabalho, que o tem como co-autor do texto, uma montagem que não parecerei exagerado em afirmar diferente pela riqueza e pela originalidade de tudo que já vi ou assisti nesse gênero. Não só a montagem é surpreendente. Também o guarda-roupa magnífico de seda, veludo, gaze, ornado de pedrarias, jóias cintilantes, plumas, rendas".1
Bibi Ferreira é considerada "excepcional" na revista, dominando e contagiando o público, com sua figura leve e aparentemente frágil, mas que na cena cresce e estabelece uma comunicação imediata com a platéia.
Todos estes componentes contribuem para fazer de Escândalos 1950 um espetáculo de grande beleza, que traz algum sopro de renovação a um gênero que, no início da década de 50, já começava a apresentar sinais de decadência. O sucesso da temporada, de público e de crítica, é bruscamente interrompido por uma fatalidade: após um mês, o Teatro Carlos Gomes pega fogo e o incêndio destrói todo o acervo de Escândalos 1950. Em um esforço de produção, com o apoio irrestrito da classe artística local, o espetáculo volta à cena, três ou quatro dias depois, no velho Teatro São José, ficando em cartaz até 28 de maio e seguindo para temporada em São Paulo.
Notas
1. MAGNO, Paschoal Carlos. Correio da Manhã. In: PAIVA, Salvyano Cavalcanti de. Viva o Rebolado: vida e morte do teatro de revista brasileiro. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991. p. 564.
Escrita por Hélio Ribeiro, em parceria com o produtor de espetáculos Chianca de Garcia, a revista conta com o apoio técnico de profissionais renomados no meio artístico, mas pouco usuais ao círculo revisteiro - como Alceu Pena, desenhista e estilista de moda que se incumbe dos figurinos, Eládio Alonso na marcação coreográfica, e Pernambuco de Oliveira na ambientação. Numa prática muito comum na revista, cada quadro reúne uma ou duas assinaturas diferentes na composição cenográfica, que abrange também a pintura de telões: Pernambuco, Lazlo Meitner, João Maria dos Santos, Armando Iglesias, Carlos Thiré e Alceu Pena atuam na criação dos cenários luxuosos, coloridos e modernos, de motivos não figurativos. As músicas são assinadas a quatro mãos pelo veterano maestro Vicente Paiva e pela própria Bibi Ferreira. Um elenco de peso, trazendo, além de Bibi, Jardel Jércolis Filho (Jardel Filho), Violeta Ferraz, Mara Rúbia, Déo Maia, Evilásio Marçal entre outros, secundados por um grupo de coristas americanas, completa o time do espetáculo.
Seguindo a estrutura fragmentada própria do gênero, Escândalos 1950 apresenta quadros cômicos, musicais e de fantasia como A Loura e a Morena, Copa do Mundo, No Cabaré do Far-West e O Romance da Cidade (a história do Rio de Janeiro contada em quinze minutos em estilo de história em quadrinhos). Mas há uma preocupação dos autores em criar o inesperado, ligando quadros e cortinas por uma estrutura, ainda que frágil, como nota o crítico Paschoal Carlos Magno do Correio da Manhã:
"A direção de Chianca de Garcia emprestou a esse trabalho, que o tem como co-autor do texto, uma montagem que não parecerei exagerado em afirmar diferente pela riqueza e pela originalidade de tudo que já vi ou assisti nesse gênero. Não só a montagem é surpreendente. Também o guarda-roupa magnífico de seda, veludo, gaze, ornado de pedrarias, jóias cintilantes, plumas, rendas".1
Bibi Ferreira é considerada "excepcional" na revista, dominando e contagiando o público, com sua figura leve e aparentemente frágil, mas que na cena cresce e estabelece uma comunicação imediata com a platéia.
Todos estes componentes contribuem para fazer de Escândalos 1950 um espetáculo de grande beleza, que traz algum sopro de renovação a um gênero que, no início da década de 50, já começava a apresentar sinais de decadência. O sucesso da temporada, de público e de crítica, é bruscamente interrompido por uma fatalidade: após um mês, o Teatro Carlos Gomes pega fogo e o incêndio destrói todo o acervo de Escândalos 1950. Em um esforço de produção, com o apoio irrestrito da classe artística local, o espetáculo volta à cena, três ou quatro dias depois, no velho Teatro São José, ficando em cartaz até 28 de maio e seguindo para temporada em São Paulo.
Notas
1. MAGNO, Paschoal Carlos. Correio da Manhã. In: PAIVA, Salvyano Cavalcanti de. Viva o Rebolado: vida e morte do teatro de revista brasileiro. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991. p. 564.
- Ficha técnica :
- Autoria: Chianca de Garcia/Helio Ribeiro
- Direção:Chianca de Garcia
- Direção musical:Vicente Paiva
- Elenco:
Adaury Dantas
Belmira de Almeida
Bibi Ferreira
Déo Maia
Edgardo Deporte
Evilásio Marçal
Godofredo Trindade
Jaime Barcelos
Jane Grey
Jardel Filho
Leta Santoro
Mara Rúbia
Mônica Del Val
Valentim Anderson
Valery Martins
Violeta Ferraz
Viviani Solano
Zulmira Miranda
- Trilha sonora:Bibi Ferreira/Vicente Paiva
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